1. Invenção do Telefone
O telefone é um dos dispositivos de telecomunicações desenhados para transmitir sons por meio de sinais elétricos nas vias telefônicas. É definido como um aparelho eletroacústico que permite a transformação, no ponto transmissor, de energia acústica em energia elétrica e, no ponto receptor, teremos a transformação da energia elétrica em acústica, permitindo desta forma a troca de informações (falada e ouvida) entre dois ou mais assinantes. Para haver êxito nessa comunicação, os aparelhos necessitam estar ligados a vários equipamentos, que formam uma central telefônica.
O telefone, este objeto que fascinou o mundo, no final do
século XIX e hoje parece tão familiar, é o resultado de muitos esforços e
invenções para conseguir que a voz humana fosse transmitida através de longas
distâncias. Sua história teve início na oficina de Charles Williams, localizada
na cidade de Boston, e onde também trabalhava Tomas A. Watson, pessoa que
sentia entusiasmo e simpatia por coisas novas, e se dedicava, em tempo
integral, à invenção e ao aperfeiçoamento de aparelhos elétricos.
Foi nesta mesma oficina que se deu o encontro entre Watson e
Alexander Graham Bell, que havia estudado na Universidade de Boston, era
professor de fisiologia vocal, e tinha se especializado no ensino da palavra
visível (sistema inventado pelo seu pai, com a finalidade de que uma pessoa
surda pudesse aprender a falar). Bell tinha a intenção de aperfeiçoar seu
“telégrafo harmônico”, aparelho com o qual pretendia transmitir em código
Morse de seis a oito mensagens simultâneas.
Foi assim que Graham Bell chegou àquela oficina, procurando suporte tecnológico
para sua invenção, e começou a trabalhar com Watson. Mais adiante, Bell disse a
Watson estas palavras: “Se eu pudesse fazer com que uma corrente elétrica
variasse de intensidade da mesma forma que o ar varia ao se emitir um som, eu
poderia transmitir a palavra telegraficamente.” Esta foi a chave do invento que
viria a se chamar telefone.
Depois de muitas tentativas, em 1876, o sonho de Bell se
tornou possível. Através de um aparelho, entre um cômodo e outro, Watson ouviu
Bell dizendo: “Sr. Watson, preciso do senhor, venha.” Nascia, assim, o
telefone. A nova invenção foi apresentada na Exposição do centenário de
Filadélfia. Desde então foram grandes e impactantes os avanços da telefonia até
o que hoje chamamos de telefones celulares.
Em 1973, quase 100 anos depois da invenção do telefone, a
marca Motorola apresentou ao mundo o primeiro aparelho de telefonia móvel. Este
aparelho foi desenhado por Martin Cooper, que fez a primeira ligação para a
concorrência (Bell Labs), com quem disputava a criação de um aparelho
telefônico que não usasse fios. Esta primeira ligação foi recebida por Joe
Engel, que não se amedrontou com a derrota. Pelo contrário, aperfeiçoou a
tecnologia e fez com que O Bell Labs fosse responsável pelo celular tal qual
como hoje é conhecido em todo o mundo.
Telefone público na cidade brasileira de
Curitiba.
No Brasil os primeiros telefones foram instalados no Rio de Janeiro. Em 1883 a cidade contava com 5 centrais telefônicas, cada uma com capacidade para 1000 linhas, e também funcionava a primeira linha interurbana, ligando o Rio a Petrópolis. Campinas foi a terceira cidade do mundo a ter uma linha telefônica (logo após Chicago e o Rio de Janeiro). No Rio Grande do Sul o serviço telefônico foi instalado em 1885, em Pelotas, com a União Telefônica.
A primeira empresa brasileira foi a Brazilian Telephone Co., que depois de passar por diversos proprietários, foi incorporada, em junho de 1889, à Brasilianische Elektrizitäts Gesellschaft, com sede em Berlim, que ganhou uma concessão de 30 anos.
Em 1906, um incêndio destruiu a central telefônica na Praça Tiradentes (Rio de Janeiro), deixando a cidade sem telefone por 7 meses. Os primeiros telefones eram conectados a uma central manual, operada por uma telefonista. O Usuário tinha que girar uma manivela para gerar a "corrente de toque" e chamar a telefonista que atendia e, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente através das "pegas". Assim um assinante era conectado ao outro. Com o surgimento das centrais automáticas os telefones passaram a ser providos de "discos" para envio da sinalização. Estes discos geravam a sinalização decádica, que consiste de uma série de pulsos (de 1 a 10). Esta tecnologia prevaleceu até o final da década de 1960 quando começaram a surgir os telefones com teclado eletrônico. Os telefones com teclado facilitavam a "discagem", pois demorava menos para teclar um número. Foram desenvolvidos teclados que enviavam os pulsos de sinalização decádica conforme a tecla acionada (carregada). Posteriormente com o advento da sinalização DTMF o envio de sinalização ficou ainda mais rápido.
Atualmente vem crescendo o uso da telefonia pela internet, usando VoIP (Voz sobre IP, do inglês Voice over IP) e Voz sobre Frame Relay. Há muitos programas que usam esta tecnologia, entre os quais pode-se destacar o Skype, que tem sido muito bem sucedido na missão de usar a internet como meio de transmissão de voz. Com a disseminação da telefonia pela internet começaram a ser fabricados os ATAs - Adaptadores para telefones analógicos, dispositivos que permitem a conexão de um telefone convencional à internet.
Referências: